sábado, 12 de junho de 2010

Crónicas de uma rapariga gira [2ª Série] 11ª

Dei-me conta recentemente que as pessoas são capazes de muitas coisas para manterem determinadas relações. Dei-me conta que preferem ficar com alguém a ficarem sozinhas. Dei-me conta que preferem ser traídas do que a outra pessoa ir embora antes de o fazerem. Dei-me conta que os filhos servem de desculpa para todas as perdas de auto-estima.

Talvez porque sempre defendi que as pessoas devem manter a dignidade nas relações, custa-me entender que relações doentias prevaleçam em vez de se dar oportunidade de encontrar uma relação saudável, onde a auto-estima de um ou do outro estão sempre a ser postas em causa. Com certeza que admito as dificuldades em abandonar estas relações doentes, intermitentes, de poder, em que cada um está a tentar manipular o outro. Admito, por experiência própria, que demora muito tempo a encontrar o norte quando se trata de abandonar uma relação em que a manipulação se confunde com amor, porque parece que é abandonar relações ainda a meio do amor e, que talvez se ficarmos nela apenas mais um mês, vamos remediar todas as nossas diferenças. E os meses acumulam-se em anos e, quanto mais tempo passa, menos energia temos para pensar que o amor é uma coisa boa. O amor é para nos fazer crescer e ultrapassarmo-nos. Não é suposto estarmos em sofrimento intermitente por amor a alguém. Isso é uma manipulação do que é amor.

Como se encaixa uma mulher ligar a outra a dizer para a última deixar de falar com o seu "homem" para proteger a sua relação? Não há aqui uma inversão de valores? O seu "homem" não deveria ser livre de falar com quisesse para poder escolher estar com ela? Como se compreende relações que assentam neste tipo de confiança? Como se encaixam "homens" comprometidos que, provavelmente quando falam com outras mulheres estão há procura de qualquer coisa que não têm dentro deles? E, para terminar, como é que uma mulher escolhe viver com estes fantasmas em vez de viver sozinha?*

* Estas questões adaptam-se para homens e mulheres de ambos os lados da moeda da relação amorosa.




terça-feira, 18 de maio de 2010

Desabafo no presente!

Passo os dias a anotar coisas que não me posso esquecer, para evitar estar sempre a pensar. Programo para evitar preocupar-me. No entanto, mesmo com todas estas tentativas fico preocupada com o que posso não estar a fazer. Agora estava a tentar parar e não consigo deixar de pensar que me estou a esquecer de qualquer coisa verdadeiramente importante. Parece que fica sempre uma sensação de que haveria muitas coisas importantes para fazer. Acho que se chama a este estado, uma sensção ansiosa da vida.

Parar. Parar o pensamento para me centrar na sorte de poder fazer pequenas coisas. Parar de me preocupar com o futuro que já está aí à porta. Parar para me deliciar com o presente. Parar porque provavelmente o que me esqueci não é importante.

E agora batem à porta. Hora de fazer o jantar, porque as coisas importantes nunca nos saem do pensamento!

domingo, 16 de maio de 2010

Estou proibida de trabalhar ao fim de semana!
Maré de re-educação sobre as minhas prioridades!

sábado, 15 de maio de 2010

Encontrei hoje uma das cartas de amor que te escrevia.
Foi dificil não ter saudades desse tempo em que pensava que seria impossível não estares sempre em mim.
E lembrei-me duma frase batida...
Posso, mas não é a mesma coisa!

Crónica de uma rapariga gira [2ª Série] 10ª

Num livro que li há alguns meses, falava-se de dependência, de decidir que rumo queremos dar à nossa vida e, por fim, talvez aquilo que todos desejamos, com quem queremos partilhar esse caminho. Ao que parece, enquanto somos dependentes e não sabemos que caminho queremos tomar, torna-se muito complicado escolher os companheiros de viagem. Tudo isto pode parecer óbvio e resultado do acaso, mas na realidade depende apenas de nós mesmos. Não há nenhum destino que nos faz ser mais ou menos independentes. Assim como não existe o destino que nos marca o caminho que vamos fazer ao longo dos nossos dias. Há circunstâncias que nos condicionam e acasos que podem oou não ser oportunidades e, na pior das hipóteses estamos sempre a fazer escolhas. Como nem sempre gostamos das escolhas que nos responsabilizam, deixamos que sejam outros a escolher por nós. Como nem sempre sabemos o que queremos do nosso caminho fazemos de conta que as situações nos vão aparecendo. É confortável assim. Menos responsabilização pelas escolhas.

Quantas vezes não contei eu esta mesma história. Quantas vezes não deixei que me escolhessem, pensando que não tinha alternativa. Quantas não repeti a mim mesma que não queria estar na situação em que estava e que a responsabilidade era do mundo há minha volta. São aqueles discursos da sorte e do azar, como se não fossemos donos do livre arbítrio.

E então, como sabemos quem queremos no nosso caminho? Qual a nossa responsabilidade nesta escolha?

Desde já,fica o aviso que não podemos fazer nada para que alguém nos ame, nem para que alguém deixe de nos amar. E a história do "Para sempre felizes"? Também não é completamente verdade, porque às vezes as coisas acabam. Desengane-se quem pensa que sim. Não há explicação, mas a realidade é que isso nos foge radicalmente ao controlo. É apenas magia. Por outro lado, amarmos alguém no passado, não nos garante nem o presente, nem o futuro. Por vezes temos de deixar o passado, como a aranha renasce e deixa para trás o que não serve. Temos de nos soltar para que entrem as novas pessoas na nossa vida.

Para escolhermos os companheiros de viagem há três aspectos fundamentais: o amor, a atracção e a confiança. Amamos alguém quando essa pessoa é importante para nós e nos preocupamos com o seu bem estar. Além disso, é importante sentirmo-nos atraídos por essa pessoa, gostar de como ela é e fala, de como se mexe e do seu aspecto, de como se comporta e como pensa. E, por fim, temos de confiar nela. Saber que existe confiança na relação com essa pessoa e, que apesar de podermos mentir escolhemos assumir a verdade do que pensamos ou fazemos. Por umas destas, não sentimos atracção física e por isso são os amigos-companheiros, enquanto que, por outra qualquer pessoa sentimos, e essa será o nosso amante-companheiro.

Ainda ando aqui às voltas com todas estas questões. Quando é que estou a ser dependente? Para onde quero ir? Que caminho vou percorrer? E talvez aquela em que estou mais centrada: quem estará a caminhar ao meu lado?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ele: llegó el Sputnik!!!

Ela: lol

Ele: muy creativa!