sábado, 9 de janeiro de 2010

Crónicas de uma rapariga gira # 2ª série [1º]

Há tempos estava a ler uma reportagem sobre aulas de Strip e, fiquei admirada com o que ainda se escreve sobre este tipo de coisas. A jornalista pedia por favor para a professora entrevistada não dizer que tinha alunas da idade da sua mãe, pois não aguentava imaginar a sua própria mãe a fazê-lo. Tive de voltar atrás para perceber se estava a ler alguma coisa sobre a dança da fraude, ou a dança da morte ou outra coisa qualquer, que não gostaria de imaginar a minha mãe a aprender. Afinal, ainda estava a ler sobre aulas de dança de strip. Não sei bem que interpretação estava a jornalista a fazer dessas aulas para escrever de uma forma tão chocada. Resolvi que precisava de escrever sobre o assunto, para evitar que alguém me diga coisas do género sobre as minhas práticas de dança.

A Dança do Ventre ou a Strip são danças muito sensuais, mas não significa que quem as pratica seja aspirante a prosstituta ou devassa. É claro que pode haver aspirantes a prostitutas ou devassas que queiram aprender a dançar e, mesmo que assim seja, não se pode conotar aprendê-las com uma coisa maligna. As prostitutas e devassas são uma realidade tão antiga e tão digna quanto qualquer outra realidade. É claro que o falso pudismo provoca reacções hipócritas. Até o Marco Paulo é mais sensato quando canta "Uma lady na mesa, uma louca na cama, na maior safadeza". No entanto, há muita gente que prefere fazer de conta que é sempre uma lady, na mesa e na cama. Mulheres com receio de não serem ladies e, homens que que as procuram. Claro que devem ser estes que alimentam a indústria da prostituição. 

Eu aprendo dança do ventre há anos e desde há um ano que me juntei a aulas de strip. Para aqueles que estão agora a imaginar a utilidade destas aprendizagens, vou ajudar. Gosto imenso de fazer as aulas, porque saio de lá leve e com uma sensação de bem estar que não encontro facilmente. Além disso, é verdade, sinto-me poderosa depois das aulas e, como sabem, isso faz muito bem à auto-estima de qualquer um. Curiosamente só dancei uma vez dança do ventre para um grupo de amigos, em minha casa. Foi divertido. Para eles e para mim. Curiosamente nunca dancei para nunhum homem. Nunca usei nada do que aprendi nas aulas como arma de sedução. Nem me sinto mais ou menos devassa por ter estas aulas. Claro que é verdade, que em tempos imaginei noites temáticas para o meu "Mr Big", porque no amor gostamos de surpreender, de inovar e de atrair. É benéfico, porque se chama dar vida às noites rotineiras. Contudo, e, porque nem tudo acontece como sonhamos, nunca tive as oportunidades de o fazer. Acho que continuo a guardar as armas da atracção para quem vier a amar.



3 comentários:

  1. Aqui temos a prova de como tu és capaz de misturar o nuclear com o periférico. No caso, de pegar num tema tido como sendo 'das devassas', denotando emocionalidade e profundidade. Continua, pq eu quero ler sempre. bjinhos

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  2. Simplesmente de uma rapariga com bom pensamento de VIDA...

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  3. Cm sp, Fantastico!

    Já tinha saudades destas crónicas!

    Um beijo da tua amiga q morre de saudades**

    Maria

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