Estive em Berlim na semana passada e, sabem? Lá era capaz de gostar do Natal. Pode ter sido impressão minha, mas pareceu-me que por aquelas bandas se vive mais o espírito do Natal, que ultrapassa as prendas e mais prendas. Têm umas feiras espalhadas pela cidade com umas barraquinhas que vendem algum artesanato, mas onde se veêm muitas pessoas é nas barraquinhas que vendem vinho quente ou comidas especiais da época. Todos os dias as pessoas saem para a rua. Novos. Velhos. Pais com os filhos. E estão ali a beber, a comer e a conviver. Os graus negativos. A chuva ou a neve? Não impedem a boa disposição da rua, nem a facilidade com que vivem o Natal na rua.
Se por cá, fossemos para a rua divertir-nos, acho que começaria a gostar do Natal.
Hoje fui à baixa do Porto. Estava frio, mas um dia lindo de sol. Não andava quase ninguém na rua e o "PortoBelo" de Carlos Alberto parecia um fim de festa. Triste e abandonado. Quase a ficar ressacado e enregelado.
Temos sol e pessoas. Gostamos de beber e comer. Porque continuamos a viver o Natal dentro de lojas?
O meu Natal seria passar este mês a estar com pessoas. A lembrar cada uma delas como gosto da sua companhia. A tirar fotografias que ficariam amareladas nos nossos discos externos onde agora as guardamos...
Senti o mesmo o ano passado em Bremen. Aliás sinto-o por onde passo, por altura do Natal. Parece-me que os presentes e o consumismo constituem comportamentos standard por essa Europa fora, mas lá parece haver mais qualquer coisa. Parece existir um espírito, um espírito de Natal :)
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