Todos temos uma direcção ou um rumo que seguimos. É isso que nos faz andar. Motiva-nos no caminho de viver. Acho que a maioria nem pensa nisso. Simplesmente segue-o e sente-se feliz sem ter de chamar nomes às coisas ou sem ter de explicar porque o segue. Há algumas pessoas que se sentem quase sempre infelizes e vivem atrás de coisas, que quando obtêm continuam a sentir-se tal qual antes e, acham que precisam de outra coisa qualquer. E há ainda, os outros, os que sabem que isso é importante, mas têm de se esforçar para o perceber.
Conheço bem o último grupo de pessoas. São aquelas com quem mais convivo, porque precisam de espelhos para verem além do aparente. Precisam de falar sobre isto para tentarem dar uma resposta a elas mesmas. Posso nem sempre ser o melhor espelho, mas esforço-me. Por vezes, caio na tentação de as ajudar e de me tornar num espelho mágico. No entanto, é um perigo, porque este é o caminho mais individual que conheço. Cada um tem o seu rumo, que não é pior nem melhor que nenhum outro. É o seu. Por vezes, as pessoas procuram espelhos mágicos, porque querem seguir o rumo do outro. Querem-se desresponsabilizar das suas decisões ou, têm-se em tão má conta que acreditam que o outro sabe mais do que elas. A felicidade é saber que cada um tem em si o seu caminho de felicidade. Aceitar isto já é um passo para o encontrar.
O rumo dá enquadramento aos nossos desejos. As acções motivadas por estes desejos fazem-nos percorrer um pouco mais na nossa direcção. Sempre que cada pessoa escolhe agir de acordo com o que deseja para si, dá um passo em frente para se sentir mais livre.
Convém lembrar que agir de acordo com os desejos pode implicar sofrimentos e a dor do que não se escolheu. É como ir a uma livraria e só poder escolher um livro para ler. Fica a dor de todos os que não vamos poder ler, mas a vida é mesmo isto. Escolhas para se manter no rumo. E isto, lembra-me que existem infindáveis caminhos para o mesmo rumo. O livro amarelo apesar de diferente do roxo, continua a permitir-me seguir o meu rumo. Desde que aceite que podemos obter o que queremos e, se não conseguirmos, podemos esquecer ou substituir. Tudo é melhor do que ficar parado a matutar no que não obtive. É quase como ter uma pedra e não poder passar, apesar de ao lado estarem 3 metros de estrada onde o carro pode continuar a andar.
Ser feliz é quase sempre o que as pessoas querem. Nisso somos muito semelhantes. O que difere é o que determina a felicidade de cada um. Para mim, por exemplo, é sentir-me conectada. Seja com a família, os amigos, o amante, o trabalho ou os passatempos. O comprometimento nas relações faz-me sentir feliz. Se trabalho muito numa coisa que me sinto ligada, estou a cumprir o meu objectivo. Se escolho alguns amigos entre as muitas pessoas que conheço e me dedico a partilhar com eles, também. Se abandono uma expectativa para poder encontrar o amor real, sinto-me feliz por contribuir para o meu rumo. Se me comprometo com aquilo com que me sinto conectada, vou estar a contribuir para avançar um pouco mais no meu rumo.
Não faço ideia de onde chegarei. Mas a porta no fim do corredor será o mais importante?
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